As ameaças de Trump à Venezuela são acompanhadas do mesmo discurso que Hitler fazia quando falava do "Reich dos mil anos". Trágico é os meios de comunicação, na sua maioria, servirem de 5ª coluna, abrindo o caminho à loucura de "fogo e fúria".
Esta imagem, retirada de um jornal espanhol, reproduz a foto de uma bomba, activada à distância, pela oposição, para atingir um grupo de polícias. No entanto, neste jornal e em muitos portugueses, serviu para ilustrar a repressão do governo de Maduro.
O texto de Juan Carlos Monedero analisa a situação política, social e económica venezuelana, da perspectiva de quem conhece muito bem aquele país, assumindo sobretudo a defesa dos Direitos Humanos.
_________________________________________________________________
11 TESES SOBRE A VENEZUELA E UMA CONCLUSÃO DITADA PELA EXPERIÊNCIA
Por Juan Carlos Monedero
“E
empenhava-se em repetir o mesmo: “Isto não é como numa guerra… Numa batalha
tens o inimigo pela frente… Aqui, o perigo não tem rosto nem horário”.
Negava-se a tomar somníferos ou calmantes: “Não quero que me apanhem a dormir
ou amodorrado. Se vierem por mim, defender-me-ei, gritarei, atirarei os móveis
pela janela… Armarei um escândalo…”
Alejo
Carpentier, A Consagração da Primavera
1 É
indubitável que Nicolás Maduro não é Allende. Tão-pouco é Chávez. Porém, os que
perpetraram o golpe contra Allende e contra Chávez são, e isso também é
indubitável, os mesmos que estão, agora, intentando um golpe na Venezuela.
2. Os
inimigos dos teus inimigos não são os teus amigos. Podes não gostar de Maduro
sem que isso implique esqueceres que nenhum
democrata pode pôr-se ao lado dos golpistas, que inventaram os esquadrões da
morte, os voos da morte, o paramilitarismo, o assassinato da cultura, a
operação Condor, os massacres de camponeses e indígenas, o roubo dos
recursos públicos. É compreensível que haja gente que não quer pôr-se do lado
de Maduro, mas convém pensar que, no lado que apoia os golpistas, estão, na
Europa, os políticos corruptos, os jornalistas mercenários, os nostálgicos do
franquismo, os empresários sem escrúpulos, os vendedores de armas, os que
defendem os ajustamentos económicos, os que festejam o neoliberalismo. Nem
todos os que criticam Maduro defendem essas posições políticas. Conheço gente
honesta que não suporta o que se está passando agora mesmo na Venezuela. É evidente, porém, que do lado dos que
estão intentando um golpe militar nesse país, estão os que sempre apoiaram os
golpes militares na América Latina ou os que põem os seus negócios acima do
respeito pela democracia. Os meios de comunicação que estão a preparar a
guerra civil na Venezuela são os mesmos conglomerados mediáticos que venderam
que no Iraque havia armas de destruição maciça, que nos vendem que temos de
resgatar os bancos com dinheiro público ou que defendem que a orgia dos
milionários e dos corruptos temos que pagá-la entre todos com cortes e
privatizações. Saber que se compartilha a trincheira com semelhante gente
deveria fazer reflectir. A violência deve ser sempre a linha vermelha que não
se deve ultrapassar. Não faz sentido que
o ódio a Maduro ponha alguém decente ao lado dos inimigos dos povos.
3 Maduro
herdou um papel muito difícil – gerir a Venezuela num momento de queda dos
preços do petróleo e do regresso dos EUA à América Latina, depois da terrível
aventura no Médio Oriente – e uma missão impossível – substituir Chávez. A morte de Chávez privou a Venezuela e a
América Latina de um líder capaz de pôr em marcha políticas que tiraram da
pobreza 70 milhões de pessoas no continente. Chávez entendeu que a
democracia num só país era impossível e serviu-se dos seus recursos, num
momento de acalmia, graças à recuperação da OPEP, para que se iniciasse a etapa
mais luminosa das últimas décadas no continente: Lula no Brasil, Correa no
Equador, Morales na Bolívia, Kirchner na Argentina, Lugo no Paraguai, Mujica no
Uruguai, Funes em El Salvador, Petro em Bogotá e, inclusivamente, Bachelet no
Chile, referenciavam essa nova etapa. A educação e a saúde chegaram aos
sectores populares, completou-se a alfabetização, construíram-se habitações
sociais, novas infraestruturas, transportes públicos (depois da sua
privatização ou a venda e supressão dos comboios), travou a dependência do FMI,
debilitou os laços com os EUA, criando a UNASUR e a CELAC.
Há,
também, sombras, principalmente ligadas à debilidade estatal e à corrupção. Mas seria necessário um século para que os
casos de corrupção nos governos progressista da América Latina somem, para
citar só um aspecto, o custo da corrupção que o resgate bancário significa.
A propaganda dos senhores da propaganda acaba por conseguir que o oprimido ame
o opressor. Nunca, desde a demonização de Fidel de Castro, nenhum líder
latino-americano foi tão vilipendiado como Hugo Chávez, que, para repartir
pelos pobres, teve de dizer aos ricos, da América e também da Europa, que
tinham de ganhar um pouco menos. Nunca
toleraram isso, o que é compreensível, especialmente em Espanha, onde, a meio
da crise, responsáveis económicos e políticos do Partido Popular roubavam às
mãos cheias ao mesmo tempo que diziam às pessoas que tinham que apertar o
cinto. Ia Chávez, esse “gorila”, travar-lhes os negócios? Desde que ganhou
as primeiras eleições em 1998, Chávez teve de enfrentar numerosas tentativas
para derrubá-lo. Claro está, com a inestimável ajuda da direita espanhola,
primeiro com Aznar, logo com Rajoy e a já conhecida participação de Felipe
González como lobistas dos grandes capitais (é curioso que o mesmo Aznar que
fez negócios com a Venezuela e com a Líbia se tenha convertido de imediato em executor
quando lho ordenaram. Kadafi,
inclusivamente, presentiou Aznar com um cavalo. Pablo Casado foi o assistente
de Aznar nessa operação e, de imediato, coisas da direita, festejaram o seu
assassinato).
4. Chávez
não legou a Maduro os equilíbrios nacionais e regionais que construiu,
políticos, económicos e territoriais. Eram uma construção pessoal, num país que
saía das taxas de pobreza de 60% da população, quando Chávez chegou ao governo.
Há mudanças que necessitam uma geração. É
aí onde a oposição pretende estrangular Maduro, com problemas mal resolvidos
como as importações, os dólares preferenciais ou as dificuldades de travar a
corrupção que desembocam no desabastecimento. Contudo, Maduro soube reeditar o
acordo “cívico-militar” que tanto contraria os amigos do golpismo. Coisa
evidente, pois os EUA sempre fizeram os golpes procurando apoios em militares
autóctones, mercenários e desertores. Os exércitos na América Latina só se
explicam na sua relação com os EUA, que os formaram, quer em tácticas de tortura
ou “luta contra- insurrecional”, quer no uso das armas que lhes vendem ou no
respeito devido aos interesses norte-americanos. Na Venezuela, os mesmos que
formaram os assassinos da Escola Mecânica da Armada argentina ou que ampararam
o assassino Pinochet têm mais dificuldades (o assalto por parte de mercenários
vestidos de militares a um quartel em Carabobo tinha em mira construir a
sensação de fissuras no exército, algo que nos dias de hoje não parece
existir). Tal como compraram militares,
os EUA sempre compraram juízes, jornalistas, professores, deputados, senadores,
presidentes, sicários e quem fizer falta para manter a América como o seu
“pátio traseiro”. O cartel mediático internacional sempre lhes cobriu as
costas. A existência dos EUA como império é que construiu o exército
venezuelano. Os novos oficiais formaram-se no discurso democrático soberano e
anti-imperialista. A sua maioria. Há também uma oficialidade – a maioria já a
reformar-se – que se formou na velha escola e as suas razões para defenderem a
Constituição venezuelana serão mais particulares. As deficiências do Estado
venezuelano também afectam o exército, sobretudo em zonas problemáticas como as
fronteiras. Mas os quartéis na Venezuela
estão com o Presidente constitucional. E, por isso, é ainda mais patético ouvir
o democrata Felipe González pedir aos militares venezuelanos que dêem um golpe
contra o governo de Nicolás Maduro.
5. A
estas dificuldades de terem herdado os equilíbrios estatais e os acordos na
região (a amizade de Chávez com os Kirchner, com Lula, com Evo, com Correa, com
Hugo) há que acrescentar que a guerra da
Arábia Saudita com o fracking (1) e
com a Rússia afundou os preços do petróleo, a principal riqueza da Venezuela.
Esta inesperada queda do preço do petróleo colocou o governo de Maduro numa
situação complicada (é o problema das “monoculturas”. Para entender isso,
basta pensar no que aconteceria em Espanha se o turismo se afundasse em 80% por
causas alheias a um governo. Rajoy conseguiria 7 ou 8 milhões de votos numa
situação assim?). Maduro teve que reconstruir os equilíbrios do poder num
momento de crise económica brutal.
6. A oposição na Venezuela anda a tentar dar
um golpe de Estado desde o próprio dia em que Chávez ganhou. A Venezuela foi a
figura de proa da mudança continental. Acabar com a Venezuela é retirar o
tampão para que aconteça o mesmo nos sítios onde o neoliberalismo não regressou
ainda. Às oligarquias incomodam-lhes os símbolos que debilitam os seus pontos
de vista. Passou-se com a II República em 36, passou-se no Chile
com Allende em 1973. Acabar com a Venezuela chavista é regressar à hegemonia
neoliberal e, inclusivamente, às tentações ditatoriais dos anos 70.
7. A
Venezuela tem, para mais, as maiores reservas de petróleo do mundo, de água, de
biodiversidade, o Amazonas, ouro e coltan (talvez a maior reserva do mundo). Os mesmos que levaram a destruição à
Síria, ao Iraque ou à Líbia, para roubar-lhes o petróleo, querem fazer o mesmo
na Venezuela. E, previamente, necessitam ganhar a opinião pública para que
o roubo não seja tão evidente. Necessitam reproduzir na Venezuela a mesma
estratégia que construíram quando falavam de armas de destruição maciça no
Iraque. Ou não houve muita gente honesta que acreditou haver armas de
destruição maciça no Iraque? Hoje, aquele país, antes próspero, é uma ruína. Quem
acreditou naquelas mentiras do PP que veja como está, hoje, Mossul. Parabéns
aos ingénuos! As mentiras continuam todos os dias. A oposição pôs uma bomba à
passagem de polícias em Caracas e todos os meios de comunicação impressos
publicaram a fotografia como se a responsabilidade fosse de Maduro. Um
helicóptero roubado lançou granadas contra o Tribunal Supremo e os meios de
comunicação silenciaram. São actos terroristas. Desses que abrem as primeiras
páginas e os telejornais. Excepto quando sucedem na Venezuela. Um referendo ilegal na Venezuela “pressiona
o regime até ao limite”. Um referendo ilegal na Catalunha é um acto que raia o
delito de insurreição.
8. O
cartel mediático internacional encontrou um filão. Trata-se de uma reedição do
medo perante a Rússia comunista, a Cuba ditatorial ou o terrorismo
internacional (nunca dirão que o ISIS é uma construção ocidental, financiada
com capital norte-americano, principalmente). A Venezuela converteu-se num novo
demónio. Isso permite-lhes acusar os adversários de “chavistas” e evita falar
da corrupção, do esvaziamento da caixa das pensões, da privatização dos
hospitais, escolas e universidades ou dos resgates bancários. Mélenchon,
Corbyn, Sanders, Podemos ou qualquer força de mudança na América Latina são
desqualificados com a acusação de chavistas, numa altura em que acusar de
comunista ou de etarra já não colhe. O jornalismo mercenário leva anos com esta
estratégia. Nunca ninguém explicou que política genuinamente bolivariana está nos
programas dos partidos da mudança. Mas pouco importa. O importante é difamar. E gente de boa vontade acaba por crer que
há armas de destruição maciça ou que a Venezuela é uma ditadura onde,
curiosamente, todos os dias a oposição se manifesta (inclusivamente atacando
instalações militares), onde os meios de comunicação criticam livremente
Maduro (não como na Arábia Saudita, Marrocos ou EUA) ou onde a oposição governa
em municípios e regiões. É a mesma táctica que, durante a guerra fria, construiu
o “perigo comunista”. Por isso, em
Espanha temos, com a Venezuela, uma nova Comunidade Autónoma de que só falta
dizerem-nos, no final dos telejornais, que tempo vai fazer em Caracas nesse
dia. Cada cem vezes que se diz “Venezuela”, 95 só procuram distrair, ocultar ou
mentir.
9. A
Venezuela tem um problema histórico que não está resolvido. Por carecer de
minas enquanto foi colónia, não foi um vice-reino, mas simples capitania-geral.
O século XIX foi uma guerra civil permanente e, no século XX, quando começou a
construir o Estado, já tinha petróleo. O
Estado venezuelano foi sempre rentista, carente de eficácia, corroído pela
corrupção e refém das necessidades económicas dos EUA em conluio com as
oligarquias locais. O choque entre o Parlamento e a chefia do Estado actual
deveria ter sido resolvido juridicamente. Sinais de ineficiência vêm sendo
evidentes desde há muito. O rentismo venezuelano nunca foi superado. A
Venezuela redistribuiu a renda do petróleo pelos mais humildes, mas não superou
essa cultura política rentista, nem melhorou o funcionamento do Estado. Não nos
enganemos, porém. O Brasil tem uma estrutura jurídica mais consolidada e o
Parlamento e alguns juízes deram um golpe de Estado contra Dilma Roussef. Donald Trump pode mudar o Procurador-Geral
e não se passa nada, mas se Maduro o faz, chefe de Estado igualmente eleito em
eleições, é acusado de ditador. Parte das críticas a Maduro é mentirosa
porque esquece que a Venezuela é um sistema presidencialista. É por isso que a
Constituição permite ao Presidente convocar uma Assembleia Constituinte. Gostar-se-á mais ou menos, mas o artigo 348
da Constituição vigente da Venezuela faculta ao Presidente essa tarefa, tal
como em Espanha o Presidente do Governo pode dissolver o Parlamento.
10. Zapatero
e outros ex-presidentes, o Papa, as Nações-Unidas vêm pedindo a ambas as
partes, na Venezuela, que dialoguem. A oposição reuniu cerca de sete milhões de
votos, embora seja mais complicado que possam chegar a um acordo em torno de um
só candidato ou candidata à presidência do país). Maduro, num contexto regional muito complicado, com fortes apertos
económicos que afectam a compra de produtos básicos, incluindo medicamentos,
juntou oito milhões de votos (mesmo que fossem sete, segundo as declarações
tão suspeitas do presidente do Smarmatic, que acaba de assinar um contrato
milionário na Colômbia). A Venezuela está claramente dividida. A oposição, como
de outras vezes, optou pela violência e, portanto, não entende que Maduro some
tantos milhões de votos. Se em Espanha
um grupo queimasse centros de saúde e escolas, disparasse contra o Tribunal
Supremo, assaltasse quartéis, contratasse marginais para semear o terror,
impedisse, com lutas de rua, o trânsito, e, inclusivamente, queimasse vivas as
pessoas por pensarem diferentemente, alguém estranharia que a cidadania votasse
na direcção contrária à desses loucos?
11. Fracassada
a via violenta, à oposição venezuelana
restam duas possibilidades: continuar com a via insurrecional, alentada pelo
Partido Popular, Donald Trump e a extrema-direita internacional, ou tentar
ganhar nas urnas. Os EUA continuam a pressionar (em declarações a um
semanário uruguaio, o Presidente Tabaré disse que votou a expulsão ilegal da
Venezuela do Mercosur por medo às represálias dos países grandes). 57 países da
Nações Unidas exigiram que se respeite a soberania da Venezuela. Como os EUA
não conseguem maioria para forçar a Venezuela, insistem em inventar espaços
(como a declaração de Lima, sem qualquer força jurídica, por não ter conseguido
maioria na OEA). A direita mundial quer
acabar com a Venezuela, mesmo que isso custe sangue e fogo à população
venezuelana. Por isso, alguns opositores, como Henry Ramos-Allup, apelaram ao
fim da violência. A Venezuela tem no horizonte eleições municipais e
regionais. Esse é o cenário onde a oposição deveria demonstrar a maioria que
reclama. A Venezuela tem que convocar
essas eleições e é uma excelente oportunidade para medir forças, eleitoralmente.
Porque, de contrário, o choque que estamos a ver enquistar-se-á e
converter-se-á numa gangrena terrível. A quem interessa uma guerra civil na
Venezuela? Não nos enganemos. Os direitos humanos não interessam nem ao PP, nem
a Trump. Se fosse assim, romperiam com a Arábia Saudita, que vai decapitar 15
jovens por manifestarem-se durante a Primavera árabe e dá chicotadas às
mulheres que conduzem ou com a Colômbia onde sobem a 150 os assassinatos pelos
paramilitares, nos últimos meses; ou no México, onde se assassina cada mês a um
jornalista e aparecem valas comuns com dezenas de cadáveres. Penas de 75 anos
estão-se pedindo nos EUA para manifestantes contra as políticas de Trump. A Venezuela converteu-se, em Espanha, na
18ª comunidade autónoma, só porque o presidente Rajoy teve de comparecer como
testemunha pela corrupção do seu Partido. É mais fácil falar da Venezuela do
que da corrupção dos 800 processados do PP. E há ingénuos que acreditam neles!
Que dirão agora, quando a maior parte da oposição aceitou participar nas
eleições regionais? O pacto entre o PSOE e Podemos, em Castilla-la-Mancha foi
apresentado pela direita manchega como o começo da venezuelização de Espanha.
Quanto descaramento e quanta estupidez! E há gente que acredita neles!
Entretanto o PP guarda silêncio perante,
por exemplo, as perseguições que a ditadura monárquica marroquina faz em
Espanha aos dissidentes políticos ou por ordem do ditador Erdogan prende um
jornalista crítico da ditadura turca. Haverá alguém que nos diga que a estes
governos lhes interessa os direitos humanos?
Conclusão:
Não é preciso estar de acordo, nem pouco mais ou menos, com Maduro e a sua
maneira de fazer as coisas, para não aceitar o golpe de Estado que se quer
construir na Venezuela. Estamos a falar de não voltar a cometer os mesmos
erros, acreditando nas mentiras que os meios de comunicação constroem. A Venezuela tem de resolver os seus
problemas, dialogando. É evidente que tem problemas. Mas, duas metades
enfrentadas não vão a lado nenhum, monologando. Mesmo que uma parte seja
apoiada pelos países mais poderosos do âmbito neoliberal. Nem o PP nem a direita
querem diálogo. Querem que Maduro se entregue. E crê alguém que 8 milhões
de votantes da Assembleia Constituinte iam ficar de braços cruzados? O novo
governo reprimi-los-ia e, inclusivamente, assassiná-los-ia. Os meios de
comunicação diriam que a democracia venezuelana estava a defender-se dos
inimigos da democracia. E voltaria a haver gente ingénua que acreditaria neles.
Do resto do mundo, em nome da
democracia, bastam duas coisas: exigir e encorajar o diálogo na Venezuela e
entender que seria bom não permitir nem ao PP, nem às direitas internacionais,
começando por Donald Trump, reeditar uma das suas misérias mais horríveis que
consiste em semear a dor noutros sítios, para ocultar a dor que provocam nos
nossos próprios países.
_______________
Este texto pode ser lido no original em http://blogs.publico.es/juan-carlos-monedero/2017/08/11/11-tesis-sobre-venezuela-y-una-conclusion-escarmentada/
Este texto pode ser lido no original em http://blogs.publico.es/juan-carlos-monedero/2017/08/11/11-tesis-sobre-venezuela-y-una-conclusion-escarmentada/
Sem comentários:
Enviar um comentário